NOITE – s/d
DA PLATEA
O Theatro Nacional
A Prefeitura ainda não se mexeu, não descendo a dar
explicações à totalidade dos seus contribuintes sobre o defeituoso negócio
representando pelo contrato de “La Teatral”. Esse contrato, que devia obedecer
a uma concorrência pública, como o ordenam os preceitos republicanos, foi feito
de surpresa, como uma emboscada e só dá direitos e atribuições ao atual diretor
do Teatro Municipal, que de um momento para o outro sai de sua esfera de
arquiteto festejado, para aparecer como árbitro das nossas plateias elegantes.
É, pois, um absurdo pelo pouco que rende para a
prefeitura, a não ser que a prefeitura entregue em todas as noites de
espetáculo as frisas, os camarotes, as poltronas e os balcões que, pelo
contrato, “La Teatral” é obrigada a entregar e que ninguém sabe que destino têm
tantas localidades.
Para o Teatro Nacional já todo mundo sabe o
desânimo que representa tal contrato. Ora, para toda a gente de bom senso,
arraiga-se a ideia de que a Prefeitura está moralmente obrigada a fazer o
Teatro Nacional, dando-lhe uma outra casa, já que o Elefante Branco que
representa cerca de dezoito mil contos e tem de despesa certa duzentos contos
anuais, fica transformado na filial de “La Teatral”, de Buenos Aires...
“O Canto sem
Palavras”
Já está anunciada em segunda récita de assinatura,
para quinta-feira próxima a primeira representação da peça do Sr. Roberto Gomes
– “Canto sem Palavras”. Quem teve a ventura de ler a peça afirma-nos que Henry
Bataille assinaria com prazer os três atos do “Canto sem Palavras”.
A montagem dessa peça está sendo feita
cuidadosamente. O cenógrafo Lazary, que entre nós é um dos mais brilhantes na
sua arte, fez um admirável cenário para o segundo ato.
A seguir o “Canto sem Palavras” será representada a
peça de João do Rio – “A Bela Madame Vargas”, afirmação de um novo talento
teatral.
NOITE – s/d
DA PLATEA
O Theatro Nacional
Será representada hoje no Municipal a peça de D.
Julia Lopes de Almeida – “Quem não Perdoa”. Essa peça continua a levar ao
Municipal uma franca concorrência, especialmente desde que se verifica que são
escusados, para as récitas da Companhia Nacional, os apuros da toilette.
Esta semana ainda subirá à cena no Municipal peça
do Dr. Roberto Gomes – “Canto sem Palavras”, montada com um grande capricho de
cenário e de propriedade cênica.
Ao mesmo tempo a companhia ensaia esforçadamente a
peça de João do Rio – “A Bela Madame Vargas”, que promete ser um verdadeiro
acontecimento teatral na presente temporada.
VISITE TAMBÉM
Nenhum comentário:
Postar um comentário