sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Uma joia de artigo para saudar o novo ano!


Atores e Atrizes
Ferreira de Souza é um nome já feito na cena brasileira. Nasceu em 1854, nos Açores, veio para o Brasil em 1865, empregou-se no comércio e em 1873 entrou para o Teatro Gymnasio estreando-se na Eva, ao lado de Apolonia Pinto, numa companhia de que era empresário Francisco Carlos Bricio, e ensaiador o ator brasileiro Salles Guimarães. Nos seus 39 anos de vida teatral o Sr. Ferreira de Souza tem trabalhado em quase todas as companhias de valor que hão representado aqui e nos Estados, ao lado dos melhores artistas, merecendo sempre o melhor conceito, quer como ator, quer como cavalheiro da maior correção. A sua biografia traria excelentes subsídios para a história do nosso teatro, mas falta-nos o espaço para isso. Em vez de datas e de fatos, preferimos fazer reviver uns períodos de Arthur de Azevedo, escritos há talvez uns doze anos e que dão a ideia bem nítida do valor do excelente artista de que nos ocupamos.
Ferreira – É o único ator do grand genre que hoje possuímos – pode-se com afoiteza afirmar. Os que concorrem com ele nessa antiquada manifestação da arte, Soares de Medeiros e Dias Braga, não realizam mais do que verdadeiras tentativas nesse sentido, não podendo jamais se lhe aproximar: é que lhes falecem as condições físicas e os elementos naturais de que ele dispõe e que constituem outros tantos requisitos indispensáveis para a exploração do gênero, hoje pouco em moda – entre nós, pelo menos.
Os seus processos artísticos: a sua voz stentorica, provinda de uma larga e vasta caixa toráxica, denunciando a opulencia de um bom par de pulmões e a rigidez de uma laringe bem constituido; a expressão de dureza, feroz quase, que sabe imprimir ao olhar; a gesticulação abundante e farta com que de um só golpe abrange toda a vastidão da cena e envolve toda a coleção de personagens que a ocupam; a sua forte e sadia musculatura; o colorido quente que dá à frase; o seu expressivo e cambiante jogo fisionomico; a vida, a alma, o calor com que veste o personagem, fazendo-o viver a vida real e vibrar toda a escala da sentimentalidade humana naqueles estreitos âmbitos de um cenário convencional – tudo isso são outras tantas condições, inatas umas, outras adquiridas pelo estudo acurado, outras aperfeiçoadas por demora prática e longa observação, que o Ferreira põe em contribuição para o fim de manter-se o derradeiro dos Abencerragens, o último cultor no Brasil do gênero Capa-e-espada, capaz de vencer todos Antonio Barachos de todos os Homens da Mascara Negra, havidos e por haver, no S. Pedro e em todos os teatros espalhados pela face da terra, aos Domingos como nos feriados da República, aqui como em qualquer outro país do Universo.
Nem vai exagero nem requintada concessão afetiva no postulado, porque com o seu sólido talento, a sua inegável penetração e o seu grande amor à Arte, o Ferreira se houvesse nascido ou vivido em outro meio, se tivesse tido uma escola, se no decurso de sua educação artística visse e ouvisse os mestres; e, sobretudo, e principalmente, se falasse e representasse em outro idioma que não este em que o Sr. D. Carlos I e nós falamos, e que apenas por um acaso histórico é percebido em certas regiões do sul da Índia e em determinados sítios da África Austral – nesta pobre e anônima língua portuguesa, que faz as delícias e constitui a riqueza dos povos de Caraguatatuba, no Brasil, e de Santa Comba Dão, em Portugal -; se assim fosse, certo o Ferreira teria sido outro, e o seu nome seria coberto de mais refulgente auréola.
É dessa massa que se fazem ou se fizeram os Irving, os Mounet Sully, os Tasso, os Salvini, os João Caetano; e que qualquer deles ter-se-ia aproximado o Ferreira, que, ainda assim, produto espontâneo do restrito meio artístico em que se confirmou, vale muito, vale mais do que muitas gralhas apavonadas que por aí exibem em gravebundos passos – do que esse incorrigível gritador e insuportável arregalador de olhos, o Sr. Eduardo Brazão, por exemplo, a quem um insensato e sob-reptício convênio luso-brasileiro conferiu a honra de ser o maior vulto da cena portuguesa na cultura e exploração do grand genre, quando em boa verdade sabemos que aquele detestabilíssimo Kean, que aqui apreciávamos, jamais chegará ao vintém da tragédia, pois nasceu só e unicamente para os dez réis da Timidez do Sr. Cornélio Guerra, e de outras comediazinhas em que o ilustre comendador tem papéis que inegavelmente lhe vão a matar.
Ah! Mas não penseis que só nas grandes peças e só nos papéis “puxados à sustância” é que o Ferreira se faz notar, que ele só tem alto valor no Palhaço – o seu tira-dúvidas, o drama de sua predileção – no Corcunda e no João José...
Fora do dramalhão e do dramalhete ainda tendes homem, nas peças de modernos moldes, no teatro de Dumas Filho e de E. Augier, como nas comédias finas, como na farsa grossa e arrastada – em qualquer papel de galã ou de baixo-comício, pertencente a esse rosário de coisas indizivelmente tolas e chulas, que partem de um mimo como o Lenço Branco, de Blasco, e descem até uma chinfrineira como esses Trinta botões, de um Sr. Qualquer, ou com a Fábia, do Sr. Francisco Palha.
E há que ve-lo na comédia, dizendo com muita graça, mas de uma graça sóbria e comedida, provocando habilmente e naturalmente o riso os espectadores com um ar bon enfant que se dá quando se atira ao gênero com a fisionomia simultaneamente pasmada e vivaz que empresta ao personagem, fazendo-se um cômico leve e insinuante, sem exageros nem palhaçadas – e o que bem se compreende, desde que ele, amando profundamente, sinceramente a sua arte, começa por dar-lhe desse amor a mais exuberante prova, sabendo-a respeitar.
E é desse amor intenso, perene e profundo, pelo Ferreira consagrado à sublime arte, que lhe tem advindo todas as suas vitórias e todos os seus triunfos, definitivamente conquistados no juízo da consciência pública, a golpes de talento e de trabalho, com a pertinácia dos grandes, com a tenacidade dos fortes, com a persistência dos convencidos, não vendo nos embaraços e nas vicissitudes que abrolham os caminhos percorridos e a percorrer, senão incidentes casuais e facilmente reparáveis deste acidentado e incessante struggle for life em que se debate, da luta constante e intérmina pela glória, em que se empenha.
E se acaso careceis ainda derradeira e decisiva prova de carinho e do amor com que ele serve sua Arte, reparai que coube ao Ferreira, o sagrado mister e o alevantado e duplo destino de, em menos de um decênio, amparar uma gloriosa, mas bruxoleante existência artística, prestes a extinguir-se – a da primeira atriz Ismênia dos Santos; e assistir e encaminhar os tímidos primeiros passos de um gênio, ainda em sua aurora promissora, e vê-lo evoluir em rápidos e altos vôos para a consagração definitiva de uma outra igualmente primeira atriz – a Sra. Adelaide Coutinho...
E tudo isso muito meigamente, muito docilmente, muito carinhosamente, ou saudando a aurora nascente que ruboriza o horizonte, ou dizendo compungido adeus ao crepúsculo vespertino que na densa treva se esvane...
Porque, com aquele temperamento de indiferente, com o seu caráter sério e incoercível, com o seu todo respeitável e capozorio, ele sabe, nas ocasiões – assim o afirmam elas – ser meigo como uma pomba, dócil como uma criança, leve como a pena, ideal como o sonho, intangível como o perfume, macio como o arminho, e como tal não deixa passar camarão por malha; nem consta que, até hoje, lhe haja socorrido a ideia de mandar uma partícula sequer do seu quinhão ao vigário, - e muito menos a mim.
- Tudo, só e exclusivamente sugerido pelo mais puro, pelo mais acendrado, pelo mais sublime amor que a Arte Dramática dedica e consagra esse surnois do Ferreira de Souza...

Lucília Peres nasceu em Lorena no Estado de S. Paulo, a 6 de Março de 1882.
Filha de artistas, desde pequena desempenhava os papéis de criança na companhia de que seus pais eram empresários, e, muito moça ainda, trabalhava com amadores no Club Gynástico Portuguez e no Club do Riachuelo.
Estreou-se como atriz no teatro Santana, hoje Carlos Gomes, desempenhando o papel de “Mariquinhas” na peça O Paralítico. Depois disso tem feito parte de todas as companhias dramáticas nacionais. Ultimamente fez-se empresária-diretora de uma companhia, a que ligou seu nome, visitando os Estados do norte, obtendo inúmeros sucessos.
É a atriz brasileira que tem criado maior número de peças originais. De passagem por Lisboa, na sua recente viagem a Europa, foi convidada e chegou mesmo a assinar contrato com a empresa do teatro da República, ex-D. Amélia, mas por uma circunstância fortuita viu-se obrigada a regressar ao Rio, onde dissolveu sua companhia por falta de teatro; todos se achavam ocupados.
A Sra. Lucília Peres, mais que nenhuma outra atriz brasileira, era, pelo seu talento, uma figura de rigor na companhia nacional, onde vai ocupar o posto honroso que de direito lhe compete.

Maria Falcão nasceu em Lisboa em 1874; estreou-se no Teatro Príncipe Real, no Delphim, da Maria Antonieta e com essa companhia foi ao norte do Brasil substituindo Adelina Abranches.
Entrou para o D. Maria, empresa Rosas e Brazão, onde fez as primeiras ingênuas, tendo substituído Rosa Damasceno, com vantagem, no Manelich, Guerra em Tempo de Paz, Leonor Telles, etc. Criou com êxito o Velho Tema, de Marcelino Mesquita, Os Velhos, de D. João Câmara, O Outro Eu, Castelo Histórico, Semi-Virgens, Estrangeira, etc.
Veio ao Brasil em 1890 com Souza Bastos e aqui ficou, tendo trabalhado nas companhias Dias Braga e Ismênia dos Santos, com geral agrado. Voltou, três anos depois, a Lisboa, indo para o D. Amélia, com Rosas e Brazão, criando, entre muitas traduções, os originais portugueses Vertigem, de Augusto de Castro, Rosas de todo o ano, de Júlio Dantas, Envelhecer, de Marcellino Mesquita, etc.
Veio ao Rio diversas vezes, trabalhando à frente de companhias de que faziam parte Brazão, Ferreira da Silva e outros artistas de valor. A sua galeria é extensa, podendo citar-se como mais bem trabalhados os papéis da Ressurreição, Severa, Frei Luís de Souza, Cruz da Esmola, Passerelle, e mais recentemente, Cuida da Amélia e Rato Azul.
Maria Falcão é não só uma das mais estudiosas e mais inteligentes atrizes portuguesas, como uma das que se vestem com mais apuro e elegância: as suas toilette, em geral, obtêm referências especiais.

Adelaide Coutinho nasceu em Lisboa, a 25 de Janeiro de 1863 e estreou-se no Teatro Príncipe Real em 1874. Casou-se com o violinista José Simões Junior e veio para o Rio com a Companhia Simões e Paladini, representando no Teatro S. Pedro d’Alcântara nas peças Burgueses de Pont’Arcy, Mãe e filha, Dora,etc. Depois de uma excursão ao Rio Grande do Sul deixou o teatro, reaparecendo em 1889 no S. Pedro, numa companhia de Emilia Adelaide. Passou mais tarde para o Teatro Recreio Dramático, onde permaneceu, durante dez anos, na companhia Dias Braga. Em 1900 fez parte da companhia Lucinda-Christiano que trabalhou no Teatro Lucinda, seguindo depois para Lisboa, e representando, durante três anos, no Teatro Gynasio e algum tempo no Príncipe Real, percorrendo em seguida as províncias.
Em 1905 veio ao Pará para a companhia Lucinda-Christiano, visitando todo o Norte e em seguida o Rio, S. Paulo e Santos. Em 1906 regressou a Portugal, trabalhando em Coimbra durante cinco meses. Chamada por telegrama pelo ator Christiano reapareceu em Santos na Zázá; voltou ao Norte e em 1907 veio para a companhia Dias Braga, no Recreio, estreando no Sherlock Holmes. Percorreu ainda S. Paulo, Minas em 1908, fez parte da companhia Da Rosa no Teatro Municipal e trabalhou este ano na companhia Christiano de Souza no S. Pedro.

Gabriella Montani nasceu no Rio de Janeiro a 13 de Junho de 1854; é filha da saudosa atriz Jesuina Montani. Dotada de viva inteligência e de uma excelente intuição artística, ela não entrou para o teatro por uma vocação irresistível nem por ambição de glórias ou de lucros. Atraída de preferência para a vida do lar, ela viu-se forçada, entretanto, a buscar no teatro uma profissão para viver e tinha já 36 anos quando se estreou, em Janeiro de 1880, no Cão de Cego, drama representado no Teatro Lucinda por uma companhia do glorioso artista Furtado Coelho. Vítima de azares que pesaram durante tantos anos sobre os artistas nacionais, Gabriella Montani tem trabalhado quase exclusivamente para os seus empresários; nunca o teatro lhe deu garantias para a sua subsistência. Sem razão para entusiasmos, ardores, estímulos ou incentivos na arte, que só lhe acarretou dissabores e doenças, ela soube, todavia, manter-se em uma linha de rigorosa probidade profissional, representando no drama, na comédia, no vaudeville, na opereta, na revista, na mágica, de modo a tornar-se credora de aplausos do público, de elogios da crítica, de gratidão dos autores, de respeito dos seus colegas. Foi uma artista de destaque em todos os elencos em que figurou o seu nome e deu grande realce às representações da Companhia Nacional de Teatro da Exposição de 1908.

Luiza de Oliveira nasceu em Lisboa a 12 de Outubro de 1864 e em 1887 estreou-se no Teatro Príncipe Real, na peça Demônio nas Montanhas. Foi sucessivamente contratada para o Teatro Alegria, para o da Avenida, para o da rua dos Condes; fez duas digressões aos Açores, trabalhou no Porto no Teatro Carlos Alberto e veio para o Brasil em 1902 na Companhia Taveira, estreando no Teatro Apollo no drama Sapho.

Corina Fróes nasceu em Niterói a 2 de maio de 1881 e estreou-se a 24 de Janeiro de 1909 no Recreio Dramático fazendo a ingênua do Pescador de Baleias. Foi contratada pela Companhia Angela Pinto para uma excursão de Bahia a Manaus e trabalhou ultimamente nas companhias Cinira Polonia, Ismenia dos Santos e Simões Coelho&Apolonia Pinto. Mereceram-lhe particular carinho as ingênuas do Gaiato de Lisboa e do Comboio nº 6.

Judith Saldanha nasceu em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, a 8 de Abril de 1886, e já no colégio onde se educava revelou qualidades para a cena, representando.
Veio para o Rio onde se estreou em palco público, distinguindo-se na cena popular do Polytheama no começo deste ano, e manifestando aptidões aproveitáveis.

Jachinta de Freitas é uma dessas figuras modestas, de grande retraimento, mas fez-se conhecida desde os tempos em que foi ingênua numa companhia do glorioso Furtado Coelho; trabalhou em muitas outras companhias, sempre com uma noção justa da personagem que representava.

João Barbosa nasceu na cidade de Porto Alegre a 15 de setembro de 1871. Estreou-se em 1892 em Quatis da Barra Mansa, na companhia do ator Affonso de Oliveira e Domingos Machado; em Novembro do mesmo ano representou nesta Capital, no Teatro Variedades, no drama Lágrimas de Maria e em Janeiro do ano seguinte fazia parte da companhia Soares de Medeiros no teatro São Pedro.
De Setembro de 1893 a Março de 1895, esteve afastado do teatro prestando serviços militares à República. Neste último mês reapareceu no Teatro Recreio Dramático, representando, numa companhia de Ismenia dos Santos, o papel de Príncipe Caipora das Maçãs de Ouro; em Junho seguinte, fazia parte da Companhia Clementina dos Santos, no teatro Lucinda; em 1896 achava-se em Petrópolis na companhia Pestana, mas transferiu-se para esta Capital para a Companhia Silva Pinto, tomando parte na representação do “Rio Nu”. A 8 de Dezembro do mesmo ano, estreou-se na companhia Faria & Sampaio, no Teatro Apollo em “A Cigarra e a Formiga”. Aí se conservou até Fevereiro de 1900, tendo feito nesse período duas excursões ao Estado de S. Paulo. Esteve fora do teatro até princípios de 1902, quando voltou para a companhia Silva Pinto, reaparecendo ao público no papel de João do drama “A pérola”.
Na companhia do ator Colás, no teatro Apollo, estreou-se no “Surcouf”; em 1903 fez o Ursus do “Quo Vadis” na companhia Dias Braga no Recreio Dramático e aí se conservou até 1906, reaparecendo em 1907 no drama “Sherlock-Holmes”. Foi a São Paulo e a Minas com a companhia Lagos & C. e a de Adelaide Coutinho e fez parte da companhia do empresário Da Rosa no Teatro Municipal.

Antonio Ramos nasceu a 15 de Março de 1878 na cidade do Porto e estreou-se em 1897 nesta Capital no teatro Variedades, hoje São José, na peça “O Palhaço”.
Trabalhou na companhia Dias Braga, no Teatro da Exposição, e conta no seu repertório as seguintes peças: Miseráveis, Dote, Vida e Morte, Rajada, Honra, Mestre de Forjas, Albatróz, Doutoras, Mar de Lágrimas, Severa, Mártir do Calvário, Toga Vermelha, Mão Negra, Quó Vadis? e Maria Antonietta.

Carlos Abreu nasceu em Lisboa a 1 de Outubro de 1888. Ali fez o curso comercial e aos 17 anos veio para o Brasil acompanhando sua família, que é brasileira. Possuindo boa voz de tenor e desejando seguir a carreira lírica, em 1910 começou a aprender canto com Franco Cardinali, mas adoeceu gravemente e no final de um ano perdeu a voz. A 8 de Março de 1911 estreou-se em Campos, numa companhia do ator Eduardo Leite. Não foram de rosas os primeiros tempos, enquanto trabalhou em Juiz de Fora e em Niterói, mas, contratado por Christiano de Souza, estreou-se nesta Capital no “Rato Azul”, no teatro S. Pedro, a 29 de Setembro de 1911, e tem progredido imensamente com as lições e conselhos deste distinto ator.

Alvaro Costa nasceu na Bahia a 25 de Outubro de 1884 e estreou-se no teatro Lucinda a 28 de Março de 1908, no drama “Os Demônios da Noite”. Tem trabalhado nas companhias Dias Braga, Lucilia Peres e Ismenia dos Santos.

Castelo Branco estreou-se a 5 de Dezembro de 1907, no teatro Polytheama, Bahia, na companhia de operetas de Francisco de Souza, da qual era ensaiador o Sr. Adolpho de Faria, tendo percorrido alguns Estados do Norte. Mais tarde representou em Niterói, na companhia Leopoldo Fróes, no teatro João Caetano e depois nesta Capital no teatro Apollo, sob a direção do tenor Almeida Cruz. Em Maio de 1910 foi contratado pelo empresário Da Rosa, de triste memória, para o teatro Municipal. Em 1911 fez parte da companhia Cinira Polonio em Niterói e depois nesta Capital, no teatro S. José, até Janeiro de 1912. No seu período de amador, em clubes particulares, representou em muitas peças que fazem um vasto repertório.

Octavio Rangel, filho do finado ator João de Sequeira Rangel, nasceu nesta Capital em 1886. Estreou-se como amador em 1903, fazendo-se ator em 1911 na companhia Eduardo Victorino, no Polytheama.

Antonio Sampaio nasceu em Povoa do Varzim, Portugal, em 1889. Veio para o Brasil em 1900 e em 1907, recomendado por Arthur de Azevedo, estreou-se na companhia Dias Braga no Recreio Dramático. Em 1909, admitido na companhia Adelaide Coutinho, fez excursões a Minas. Em 1910 matriculou-se na Escola Dramática, trabalhou no Cinema Elite e em Maio deste ano representou no Polytheama.

Samuel Rosalvos nasceu a 24 de Agosto de 1873 na cidade do Pilar, Alagoas. Estreou-se no teatro Santa Isabel, Pernambuco, na “Cabana do Pai Tomás”, a 13 de Maio de 1894 e dez anos mais tarde nesta Capital, no teatro Apollo, na companhia Mesquita, na revista “O Esfolado”. Trabalhou no S. José, na companhia Francisco de Souza; no Recreio na companhia Lagos & Poza; no Lucinda na companhia Heller e ultimamente no S. Pedro, na companhia Christiano de Souza.

Affonso Mello nasceu a 7 de Novembro de 1882. Matriculou-se na Escola Dramática em Abril de 1910; estreou-se em Março deste ano na companhia Eduardo Pereira e em Junho passou a trabalhar no Polytheama.

São alunas da Escola Dramática:
Fulvia Castelo Branco, com 25 anos de idade, nascida em Mogy-Guassu, no Estado de S. Paulo;
Martha de Souza, com 22 anos, nascida em S. Paulo;
Brasília Lazaro, com 16 anos, nascida nesta Capital;
Desdemona Barros, com 16 anos, nascida nesta Capital. Estreou-se na companhia de seu pai, o velho ator Dias Barros, no papel de Mariquinhas, da “Morgadinha de Val-Flor”.

Completam a companhia o ponto Luiz Rocha, o contra-regra Lindolpho de Souza, o aderecista Ary Nogueira, e o maquinista Anysio Fernandes.

TEATRO MUNICIPAL com a peça em 3 atos, original da Sra. Julia Lopes de Almeida – Quem não Perdoa, inaugura-se na próxima terça-feira, no Teatro Municipal, a temporada da Companhia Nacional, empresa subvencionada Eduardo Victorino. 

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Uma joia de artigo para saudar o novo ano!


Atores e Atrizes
Ferreira de Souza é um nome já feito na cena brasileira. Nasceu em 1854, nos Açores, veio para o Brasil em 1865, empregou-se no comércio e em 1873 entrou para o Teatro Gymnasio estreando-se na Eva, ao lado de Apolonia Pinto, numa companhia de que era empresário Francisco Carlos Bricio, e ensaiador o ator brasileiro Salles Guimarães. Nos seus 39 anos de vida teatral o Sr. Ferreira de Souza tem trabalhado em quase todas as companhias de valor que hão representado aqui e nos Estados, ao lado dos melhores artistas, merecendo sempre o melhor conceito, quer como ator, quer como cavalheiro da maior correção. A sua biografia traria excelentes subsídios para a história do nosso teatro, mas falta-nos o espaço para isso. Em vez de datas e de fatos, preferimos fazer reviver uns períodos de Arthur de Azevedo, escritos há talvez uns doze anos e que dão a ideia bem nítida do valor do excelente artista de que nos ocupamos.
Ferreira – É o único ator do grand genre que hoje possuímos – pode-se com afoiteza afirmar. Os que concorrem com ele nessa antiquada manifestação da arte, Soares de Medeiros e Dias Braga, não realizam mais do que verdadeiras tentativas nesse sentido, não podendo jamais se lhe aproximar: é que lhes falecem as condições físicas e os elementos naturais de que ele dispõe e que constituem outros tantos requisitos indispensáveis para a exploração do gênero, hoje pouco em moda – entre nós, pelo menos.
Os seus processos artísticos: a sua voz stentorica, provinda de uma larga e vasta caixa toráxica, denunciando a opulencia de um bom par de pulmões e a rigidez de uma laringe bem constituido; a expressão de dureza, feroz quase, que sabe imprimir ao olhar; a gesticulação abundante e farta com que de um só golpe abrange toda a vastidão da cena e envolve toda a coleção de personagens que a ocupam; a sua forte e sadia musculatura; o colorido quente que dá à frase; o seu expressivo e cambiante jogo fisionomico; a vida, a alma, o calor com que veste o personagem, fazendo-o viver a vida real e vibrar toda a escala da sentimentalidade humana naqueles estreitos âmbitos de um cenário convencional – tudo isso são outras tantas condições, inatas umas, outras adquiridas pelo estudo acurado, outras aperfeiçoadas por demora prática e longa observação, que o Ferreira põe em contribuição para o fim de manter-se o derradeiro dos Abencerragens, o último cultor no Brasil do gênero Capa-e-espada, capaz de vencer todos Antonio Barachos de todos os Homens da Mascara Negra, havidos e por haver, no S. Pedro e em todos os teatros espalhados pela face da terra, aos Domingos como nos feriados da República, aqui como em qualquer outro país do Universo.
Nem vai exagero nem requintada concessão afetiva no postulado, porque com o seu sólido talento, a sua inegável penetração e o seu grande amor à Arte, o Ferreira se houvesse nascido ou vivido em outro meio, se tivesse tido uma escola, se no decurso de sua educação artística visse e ouvisse os mestres; e, sobretudo, e principalmente, se falasse e representasse em outro idioma que não este em que o Sr. D. Carlos I e nós falamos, e que apenas por um acaso histórico é percebido em certas regiões do sul da Índia e em determinados sítios da África Austral – nesta pobre e anônima língua portuguesa, que faz as delícias e constitui a riqueza dos povos de Caraguatatuba, no Brasil, e de Santa Comba Dão, em Portugal -; se assim fosse, certo o Ferreira teria sido outro, e o seu nome seria coberto de mais refulgente auréola.
É dessa massa que se fazem ou se fizeram os Irving, os Mounet Sully, os Tasso, os Salvini, os João Caetano; e que qualquer deles ter-se-ia aproximado o Ferreira, que, ainda assim, produto espontâneo do restrito meio artístico em que se confirmou, vale muito, vale mais do que muitas gralhas apavonadas que por aí exibem em gravebundos passos – do que esse incorrigível gritador e insuportável arregalador de olhos, o Sr. Eduardo Brazão, por exemplo, a quem um insensato e sob-reptício convênio luso-brasileiro conferiu a honra de ser o maior vulto da cena portuguesa na cultura e exploração do grand genre, quando em boa verdade sabemos que aquele detestabilíssimo Kean, que aqui apreciávamos, jamais chegará ao vintém da tragédia, pois nasceu só e unicamente para os dez réis da Timidez do Sr. Cornélio Guerra, e de outras comediazinhas em que o ilustre comendador tem papéis que inegavelmente lhe vão a matar.
Ah! Mas não penseis que só nas grandes peças e só nos papéis “puxados à sustância” é que o Ferreira se faz notar, que ele só tem alto valor no Palhaço – o seu tira-dúvidas, o drama de sua predileção – no Corcunda e no João José...
Fora do dramalhão e do dramalhete ainda tendes homem, nas peças de modernos moldes, no teatro de Dumas Filho e de E. Augier, como nas comédias finas, como na farsa grossa e arrastada – em qualquer papel de galã ou de baixo-comício, pertencente a esse rosário de coisas indizivelmente tolas e chulas, que partem de um mimo como o Lenço Branco, de Blasco, e descem até uma chinfrineira como esses Trinta botões, de um Sr. Qualquer, ou com a Fábia, do Sr. Francisco Palha.
E há que ve-lo na comédia, dizendo com muita graça, mas de uma graça sóbria e comedida, provocando habilmente e naturalmente o riso os espectadores com um ar bon enfant que se dá quando se atira ao gênero com a fisionomia simultaneamente pasmada e vivaz que empresta ao personagem, fazendo-se um cômico leve e insinuante, sem exageros nem palhaçadas – e o que bem se compreende, desde que ele, amando profundamente, sinceramente a sua arte, começa por dar-lhe desse amor a mais exuberante prova, sabendo-a respeitar.
E é desse amor intenso, perene e profundo, pelo Ferreira consagrado à sublime arte, que lhe tem advindo todas as suas vitórias e todos os seus triunfos, definitivamente conquistados no juízo da consciência pública, a golpes de talento e de trabalho, com a pertinácia dos grandes, com a tenacidade dos fortes, com a persistência dos convencidos, não vendo nos embaraços e nas vicissitudes que abrolham os caminhos percorridos e a percorrer, senão incidentes casuais e facilmente reparáveis deste acidentado e incessante struggle for life em que se debate, da luta constante e intérmina pela glória, em que se empenha.
E se acaso careceis ainda derradeira e decisiva prova de carinho e do amor com que ele serve sua Arte, reparai que coube ao Ferreira, o sagrado mister e o alevantado e duplo destino de, em menos de um decênio, amparar uma gloriosa, mas bruxoleante existência artística, prestes a extinguir-se – a da primeira atriz Ismênia dos Santos; e assistir e encaminhar os tímidos primeiros passos de um gênio, ainda em sua aurora promissora, e vê-lo evoluir em rápidos e altos vôos para a consagração definitiva de uma outra igualmente primeira atriz – a Sra. Adelaide Coutinho...
E tudo isso muito meigamente, muito docilmente, muito carinhosamente, ou saudando a aurora nascente que ruboriza o horizonte, ou dizendo compungido adeus ao crepúsculo vespertino que na densa treva se esvane...
Porque, com aquele temperamento de indiferente, com o seu caráter sério e incoercível, com o seu todo respeitável e capozorio, ele sabe, nas ocasiões – assim o afirmam elas – ser meigo como uma pomba, dócil como uma criança, leve como a pena, ideal como o sonho, intangível como o perfume, macio como o arminho, e como tal não deixa passar camarão por malha; nem consta que, até hoje, lhe haja socorrido a ideia de mandar uma partícula sequer do seu quinhão ao vigário, - e muito menos a mim.
- Tudo, só e exclusivamente sugerido pelo mais puro, pelo mais acendrado, pelo mais sublime amor que a Arte Dramática dedica e consagra esse surnois do Ferreira de Souza...

Lucília Peres nasceu em Lorena no Estado de S. Paulo, a 6 de Março de 1882.
Filha de artistas, desde pequena desempenhava os papéis de criança na companhia de que seus pais eram empresários, e, muito moça ainda, trabalhava com amadores no Club Gynástico Portuguez e no Club do Riachuelo.
Estreou-se como atriz no teatro Santana, hoje Carlos Gomes, desempenhando o papel de “Mariquinhas” na peça O Paralítico. Depois disso tem feito parte de todas as companhias dramáticas nacionais. Ultimamente fez-se empresária-diretora de uma companhia, a que ligou seu nome, visitando os Estados do norte, obtendo inúmeros sucessos.
É a atriz brasileira que tem criado maior número de peças originais. De passagem por Lisboa, na sua recente viagem a Europa, foi convidada e chegou mesmo a assinar contrato com a empresa do teatro da República, ex-D. Amélia, mas por uma circunstância fortuita viu-se obrigada a regressar ao Rio, onde dissolveu sua companhia por falta de teatro; todos se achavam ocupados.
A Sra. Lucília Peres, mais que nenhuma outra atriz brasileira, era, pelo seu talento, uma figura de rigor na companhia nacional, onde vai ocupar o posto honroso que de direito lhe compete.

Maria Falcão nasceu em Lisboa em 1874; estreou-se no Teatro Príncipe Real, no Delphim, da Maria Antonieta e com essa companhia foi ao norte do Brasil substituindo Adelina Abranches.
Entrou para o D. Maria, empresa Rosas e Brazão, onde fez as primeiras ingênuas, tendo substituído Rosa Damasceno, com vantagem, no Manelich, Guerra em Tempo de Paz, Leonor Telles, etc. Criou com êxito o Velho Tema, de Marcelino Mesquita, Os Velhos, de D. João Câmara, O Outro Eu, Castelo Histórico, Semi-Virgens, Estrangeira, etc.
Veio ao Brasil em 1890 com Souza Bastos e aqui ficou, tendo trabalhado nas companhias Dias Braga e Ismênia dos Santos, com geral agrado. Voltou, três anos depois, a Lisboa, indo para o D. Amélia, com Rosas e Brazão, criando, entre muitas traduções, os originais portugueses Vertigem, de Augusto de Castro, Rosas de todo o ano, de Júlio Dantas, Envelhecer, de Marcellino Mesquita, etc.
Veio ao Rio diversas vezes, trabalhando à frente de companhias de que faziam parte Brazão, Ferreira da Silva e outros artistas de valor. A sua galeria é extensa, podendo citar-se como mais bem trabalhados os papéis da Ressurreição, Severa, Frei Luís de Souza, Cruz da Esmola, Passerelle, e mais recentemente, Cuida da Amélia e Rato Azul.
Maria Falcão é não só uma das mais estudiosas e mais inteligentes atrizes portuguesas, como uma das que se vestem com mais apuro e elegância: as suas toilette, em geral, obtêm referências especiais.

Adelaide Coutinho nasceu em Lisboa, a 25 de Janeiro de 1863 e estreou-se no Teatro Príncipe Real em 1874. Casou-se com o violinista José Simões Junior e veio para o Rio com a Companhia Simões e Paladini, representando no Teatro S. Pedro d’Alcântara nas peças Burgueses de Pont’Arcy, Mãe e filha, Dora, etc. Depois de uma excursão ao Rio Grande do Sul deixou o teatro, reaparecendo em 1889 no S. Pedro, numa companhia de Emilia Adelaide. Passou mais tarde para o Teatro Recreio Dramático, onde permaneceu, durante dez anos, na companhia Dias Braga. Em 1900 fez parte da companhia Lucinda-Christiano que trabalhou no Teatro Lucinda, seguindo depois para Lisboa, e representando, durante três anos, no Teatro Gynasio e algum tempo no Príncipe Real, percorrendo em seguida as províncias.
Em 1905 veio ao Pará para a companhia Lucinda-Christiano, visitando todo o Norte e em seguida o Rio, S. Paulo e Santos. Em 1906 regressou a Portugal, trabalhando em Coimbra durante cinco meses. Chamada por telegrama pelo ator Christiano reapareceu em Santos na Zázá; voltou ao Norte e em 1907 veio para a companhia Dias Braga, no Recreio, estreando no Sherlock Holmes. Percorreu ainda S. Paulo, Minas em 1908, fez parte da companhia Da Rosa no Teatro Municipal e trabalhou este ano na companhia Christiano de Souza no S. Pedro.

Gabriella Montani nasceu no Rio de Janeiro a 13 de Junho de 1854; é filha da saudosa atriz Jesuina Montani. Dotada de viva inteligência e de uma excelente intuição artística, ela não entrou para o teatro por uma vocação irresistível nem por ambição de glórias ou de lucros. Atraída de preferência para a vida do lar, ela viu-se forçada, entretanto, a buscar no teatro uma profissão para viver e tinha já 36 anos quando se estreou, em Janeiro de 1880, no Cão de Cego, drama representado no Teatro Lucinda por uma companhia do glorioso artista Furtado Coelho. Vítima de azares que pesaram durante tantos anos sobre os artistas nacionais, Gabriella Montani tem trabalhado quase exclusivamente para os seus empresários; nunca o teatro lhe deu garantias para a sua subsistência. Sem razão para entusiasmos, ardores, estímulos ou incentivos na arte, que só lhe acarretou dissabores e doenças, ela soube, todavia, manter-se em uma linha de rigorosa probidade profissional, representando no drama, na comédia, no vaudeville, na opereta, na revista, na mágica, de modo a tornar-se credora de aplausos do público, de elogios da crítica, de gratidão dos autores, de respeito dos seus colegas. Foi uma artista de destaque em todos os elencos em que figurou o seu nome e deu grande realce às representações da Companhia Nacional de Teatro da Exposição de 1908.

Luiza de Oliveira nasceu em Lisboa a 12 de Outubro de 1864 e em 1887 estreou-se no Teatro Príncipe Real, na peça Demônio nas Montanhas. Foi sucessivamente contratada para o Teatro Alegria, para o da Avenida, para o da rua dos Condes; fez duas digressões aos Açores, trabalhou no Porto no Teatro Carlos Alberto e veio para o Brasil em 1902 na Companhia Taveira, estreando no Teatro Apollo no drama Sapho.

Corina Fróes nasceu em Niterói a 2 de maio de 1881 e estreou-se a 24 de Janeiro de 1909 no Recreio Dramático fazendo a ingênua do Pescador de Baleias. Foi contratada pela Companhia Angela Pinto para uma excursão de Bahia a Manaus e trabalhou ultimamente nas companhias Cinira Polonia, Ismenia dos Santos e Simões Coelho&Apolonia Pinto. Mereceram-lhe particular carinho as ingênuas do Gaiato de Lisboa e do Comboio nº 6.

Judith Saldanha nasceu em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, a 8 de Abril de 1886, e já no colégio onde se educava revelou qualidades para a cena, representando.
Veio para o Rio onde se estreou em palco público, distinguindo-se na cena popular do Polytheama no começo deste ano, e manifestando aptidões aproveitáveis.

Jachinta de Freitas é uma dessas figuras modestas, de grande retraimento, mas fez-se conhecida desde os tempos em que foi ingênua numa companhia do glorioso Furtado Coelho; trabalhou em muitas outras companhias, sempre com uma noção justa da personagem que representava.

João Barbosa nasceu na cidade de Porto Alegre a 15 de setembro de 1871. Estreou-se em 1892 em Quatis da Barra Mansa, na companhia do ator Affonso de Oliveira e Domingos Machado; em Novembro do mesmo ano representou nesta Capital, no Teatro Variedades, no drama Lágrimas de Maria e em Janeiro do ano seguinte fazia parte da companhia Soares de Medeiros no teatro São Pedro.
De Setembro de 1893 a Março de 1895, esteve afastado do teatro prestando serviços militares à República. Neste último mês reapareceu no Teatro Recreio Dramático, representando, numa companhia de Ismenia dos Santos, o papel de Príncipe Caipora das Maçãs de Ouro; em Junho seguinte, fazia parte da Companhia Clementina dos Santos, no teatro Lucinda; em 1896 achava-se em Petrópolis na companhia Pestana, mas transferiu-se para esta Capital para a Companhia Silva Pinto, tomando parte na representação do “Rio Nu”. A 8 de Dezembro do mesmo ano, estreou-se na companhia Faria & Sampaio, no Teatro Apollo em “A Cigarra e a Formiga”. Aí se conservou até Fevereiro de 1900, tendo feito nesse período duas excursões ao Estado de S. Paulo. Esteve fora do teatro até princípios de 1902, quando voltou para a companhia Silva Pinto, reaparecendo ao público no papel de João do drama “A pérola”.
Na companhia do ator Colás, no teatro Apollo, estreou-se no “Surcouf”; em 1903 fez o Ursus do “Quo Vadis” na companhia Dias Braga no Recreio Dramático e aí se conservou até 1906, reaparecendo em 1907 no drama “Sherlock-Holmes”. Foi a São Paulo e a Minas com a companhia Lagos & C. e a de Adelaide Coutinho e fez parte da companhia do empresário Da Rosa no Teatro Municipal.

Antonio Ramos nasceu a 15 de Março de 1878 na cidade do Porto e estreou-se em 1897 nesta Capital no teatro Variedades, hoje São José, na peça “O Palhaço”.
Trabalhou na companhia Dias Braga, no Teatro da Exposição, e conta no seu repertório as seguintes peças: Miseráveis, Dote, Vida e Morte, Rajada, Honra, Mestre de Forjas, Albatróz, Doutoras, Mar de Lágrimas, Severa, Mártir do Calvário, Toga Vermelha, Mão Negra, Quó Vadis? e Maria Antonietta.

Carlos Abreu nasceu em Lisboa a 1 de Outubro de 1888. Ali fez o curso comercial e aos 17 anos veio para o Brasil acompanhando sua família, que é brasileira. Possuindo boa voz de tenor e desejando seguir a carreira lírica, em 1910 começou a aprender canto com Franco Cardinali, mas adoeceu gravemente e no final de um ano perdeu a voz. A 8 de Março de 1911 estreou-se em Campos, numa companhia do ator Eduardo Leite. Não foram de rosas os primeiros tempos, enquanto trabalhou em Juiz de Fora e em Niterói, mas, contratado por Christiano de Souza, estreou-se nesta Capital no “Rato Azul”, no teatro S. Pedro, a 29 de Setembro de 1911, e tem progredido imensamente com as lições e conselhos deste distinto ator.

Alvaro Costa nasceu na Bahia a 25 de Outubro de 1884 e estreou-se no teatro Lucinda a 28 de Março de 1908, no drama “Os Demônios da Noite”. Tem trabalhado nas companhias Dias Braga, Lucilia Peres e Ismenia dos Santos.

Castelo Branco estreou-se a 5 de Dezembro de 1907, no teatro Polytheama, Bahia, na companhia de operetas de Francisco de Souza, da qual era ensaiador o Sr. Adolpho de Faria, tendo percorrido alguns Estados do Norte. Mais tarde representou em Niterói, na companhia Leopoldo Fróes, no teatro João Caetano e depois nesta Capital no teatro Apollo, sob a direção do tenor Almeida Cruz. Em Maio de 1910 foi contratado pelo empresário Da Rosa, de triste memória, para o teatro Municipal. Em 1911 fez parte da companhia Cinira Polonio em Niterói e depois nesta Capital, no teatro S. José, até Janeiro de 1912. No seu período de amador, em clubes particulares, representou em muitas peças que fazem um vasto repertório.

Octavio Rangel, filho do finado ator João de Sequeira Rangel, nasceu nesta Capital em 1886. Estreou-se como amador em 1903, fazendo-se ator em 1911 na companhia Eduardo Victorino, no Polytheama.

Antonio Sampaio nasceu em Povoa do Varzim, Portugal, em 1889. Veio para o Brasil em 1900 e em 1907, recomendado por Arthur de Azevedo, estreou-se na companhia Dias Braga no Recreio Dramático. Em 1909, admitido na companhia Adelaide Coutinho, fez excursões a Minas. Em 1910 matriculou-se na Escola Dramática, trabalhou no Cinema Elite e em Maio deste ano representou no Polytheama.

Samuel Rosalvos nasceu a 24 de Agosto de 1873 na cidade do Pilar, Alagoas. Estreou-se no teatro Santa Isabel, Pernambuco, na “Cabana do Pai Tomás”, a 13 de Maio de 1894 e dez anos mais tarde nesta Capital, no teatro Apollo, na companhia Mesquita, na revista “O Esfolado”. Trabalhou no S. José, na companhia Francisco de Souza; no Recreio na companhia Lagos & Poza; no Lucinda na companhia Heller e ultimamente no S. Pedro, na companhia Christiano de Souza.

Affonso Mello nasceu a 7 de Novembro de 1882. Matriculou-se na Escola Dramática em Abril de 1910; estreou-se em Março deste ano na companhia Eduardo Pereira e em Junho passou a trabalhar no Polytheama.

São alunas da Escola Dramática:
Fulvia Castelo Branco, com 25 anos de idade, nascida em Mogy-Guassu, no Estado de S. Paulo;
Martha de Souza, com 22 anos, nascida em S. Paulo;
Brasília Lazaro, com 16 anos, nascida nesta Capital;
Desdemona Barros, com 16 anos, nascida nesta Capital. Estreou-se na companhia de seu pai, o velho ator Dias Barros, no papel de Mariquinhas, da “Morgadinha de Val-Flor”.

Completam a companhia o ponto Luiz Rocha, o contra-regra Lindolpho de Souza, o aderecista Ary Nogueira, e o maquinista Anysio Fernandes.

TEATRO MUNICIPAL com a peça em 3 atos, original da Sra. Julia Lopes de Almeida – Quem não Perdoa, inaugura-se na próxima terça-feira, no Teatro Municipal, a temporada da Companhia Nacional, empresa subvencionada Eduardo Victorino. 

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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Carta da autora ao jornal



Jornal Paiz 03/10/1912
TEATRO MUNICIPAL
“Quem não Perdoa...”

Da ilustre escritora D. Julia Lopes de Almeida recebemos a seguinte carta:
“Sr. diretor do “Paiz” – Na crítica do seu jornal sobre a minha peça: “Quem não Perdoa...”, há uma afirmativa que me cumpre rebater, por não ser verdadeira e ser profundamente imoral que até me vexo de a ler. Diz a crítica que, no diálogo do 2º ato, Elvira diz à sua filha Ilda que: “se por acaso ama outro homem, deve fazê-lo de maneira que não o suspeite seu marido”. Ora, o conselho dado por essa mãe à sua filha é o de esmagar no fundo do peito o sentimento que porventura lhe inspire outro homem, de modo que ele jamais transpareça nem possa ser suspeitado pela pessoa que o inspirou. Para demonstrar à filha que isso é humanamente possível, esta mãe invoca a lembrança de uma paixão que teve na mocidade e de cuja existência nem a pessoa amada nem ninguém mais suspeitou nunca.
Como vê, o caso é oposto ao apresentado pelo crítico do “Paiz”.
Rogo-lhe ainda o obséquio de declarar que a minha peça nada tem que ver com fatos da atualidade, pois foi escrita há mais de dois anos, para a primeira série dos espetáculos nacionais do teatro Municipal.”
Com prazer fizemos a publicação da carta supra; entretanto o nosso engano, na parte a que se refere a talentosa escritora, é muito explicável, porque outros também compreenderam o trecho citado da mesma maneira que nós, sendo bem possível que tal se desse devido à má acústica do teatro, a algum “lapsus memoriae” da atriz que declamou o trecho, ou ainda a qualquer outra causa.



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Carta da autora ao jornal



Jornal Paiz 03/10/1912
TEATRO MUNICIPAL
“Quem não Perdoa...”

Da ilustre escritora D. Julia Lopes de Almeida recebemos a seguinte carta:
“Sr. diretor do “Paiz” – Na crítica do seu jornal sobre a minha peça: “Quem não Perdoa...”, há uma afirmativa que me cumpre rebater, por não ser verdadeira e ser profundamente imoral que até me vexo de a ler. Diz a crítica que, no diálogo do 2º ato, Elvira diz à sua filha Ilda que: “se por acaso ama outro homem, deve fazê-lo de maneira que não o suspeite seu marido”. Ora, o conselho dado por essa mãe à sua filha é o de esmagar no fundo do peito o sentimento que porventura lhe inspire outro homem, de modo que ele jamais transpareça nem possa ser suspeitado pela pessoa que o inspirou. Para demonstrar à filha que isso é humanamente possível, esta mãe invoca a lembrança de uma paixão que teve na mocidade e de cuja existência nem a pessoa amada nem ninguém mais suspeitou nunca.
Como vê, o caso é oposto ao apresentado pelo crítico do “Paiz”.
Rogo-lhe ainda o obséquio de declarar que a minha peça nada tem que ver com fatos da atualidade, pois foi escrita há mais de dois anos, para a primeira série dos espetáculos nacionais do teatro Municipal.”
Com prazer fizemos a publicação da carta supra; entretanto o nosso engano, na parte a que se refere a talentosa escritora, é muito explicável, porque outros também compreenderam o trecho citado da mesma maneira que nós, sendo bem possível que tal se desse devido à má acústica do teatro, a algum “lapsus memoriae” da atriz que declamou o trecho, ou ainda a qualquer outra causa.



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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Jornal Commercio 30/10/1912

Teatros e Música
O TEATRO NACIONAL

As ideias e os princípios pouco significam, se desacompanhados do valor dos homens que os representam e por eles se batem. Pouco importaria a ação do Governo Municipal em favor do ressurgimento do teatro nacional, se o cometimento fora confiado a homens destituídos da conveniente aptidão, privados da competência especial que o encargo exige, incapazes de energia moral para a resistência diuturna e intolerante às agressões da burocracia pretensiosa e demolidora, despojados da autoridade necessária à manutenção da disciplina, da ordem e da imprescindível harmonia que deve congregar num conjunto homogêneo os variados elementos de uma companhia numerosa de realizações cênicas.
Felizmente, porém, os destinos do teatro nacional, neste momento histórico, foram entregues a um homem investido de qualidades particulares que o recomendam e o habilitam ao desempenho da honrosa missão.
O Sr. Eduardo Victorino, que se acha a frente da companhia nacional que enceta amanhã, no Teatro Municipal, a série de representações que vão afirmar a existência do nosso teatro nacional, não é um desconhecido, nem um parvenu. É precisamente porque temos confiança na ação eficaz do homem que a Prefeitura colocou à frente de uma tentativa, que tem direito à animação de quantos amam esta terra, e também de acordo com as praxes desta folha, sempre que se dá um acontecimento que marca o início de uma obra útil, proveitosa e patriótica, vamos fazer o registro resumido de todos aqueles que para o ressurgimento do teatro nacional empenham o seu esforço.
Eduardo Victorino, que assinou o contrato com a Prefeitura do Distrito Federal, para a organização da companhia nacional que enceta amanhã os seus trabalhos no Teatro Municipal, nasceu em Lisboa. É um intelectual, cuja vida não tem obedecido rigorosamente à ordem e ao método; aos 15 anos terminara com brilho o curso dos liceus e matriculou-se na Politécnica, transferindo-se depois para o Instituto Industrial, onde fez o curso comercial. Atrairam-no poderosamente as letras e ele começou a escrever nos jornais.
Uma lufada mais áspera da vida, ou, talvez, o anseio de aventuras, se não o desejo do desconhecido, do ignorado, atiram com o rapaz ao Rio de Janeiro, aonde ele veio assistir ao advento da República. Trabalhou em alguns escritórios comerciais mas a tendência intelectual fe-lo de preferência jornalista e também dramaturgo. Assim como espalhou trabalhos pelas colunas da Gazeta da Tarde, Rio de Janeiro, Folha da Tarde, A Imprensa, etc., assim também traduziu dezenas de peças para o teatro e escreveu outras originais, como Os Amantes, O Guerrilheiro, Vasco da Gama, Ciúmes, etc.
A paixão pelo teatro ele a manifestara desde 1894, quando organizou uma companhia, com a qual percorreu os Estados de S. Paulo e de Minas. Aqui, no teatro “Variedades”, hoje “S. José”, e no “São Pedro”, dirigiu várias companhias de opereta e de drama. Em 1898 associou-se com o sogro, o ator Dias Braga, na empresa que ocupava o teatro Recreio Dramático, e levou a companhia a diferentes Estados do sul e do norte, sempre acompanhado pelo mais lisonjeiro êxito.
Mais tarde, com a mesma companhia, o Sr. Eduardo Victorino tomou a iniciativa de fazer teatro de arte, e deu-nos então aquela inolvidável série de excelentes espetáculos. Começou com o Quo Vadis?que ele extraiu do celebre romance de Sienkiewicz, e continuou com O mais feliz dos três de Labiche; A Honra, de Sudermann; A Bohemia, de Barriére e L. Thiboust, e O Mártir do Calvário, revelando-se principalmente um habilíssimo metteur en scène.
De quantas companhias trouxe de Portugal, sendo o ensaiador de algumas, di-lo o noticiário indígena desde 1904 até 1911.
Com diferentes companhias por ele contratadas e dirigidas, visitou o Rio Grande do Sul, S. Paulo e todo o norte da Republica, dando o moderno repertório de dramas e comédias.
Todos os artistas de Portugal, de nome feito, foram contratados. Em Lisboa foi empresário do Príncipe Real, com artistas como Brazão, Ferreira da Silva, Lucinda Simões, Maria Falcão, Christiano de Souza e outros.
Foi ele ainda, em Lisboa, quem lançou as conferências literárias e artísticas. Nas suas companhias montou vários originais inéditos, e fez sempre representar peças brasileiras de Arthur Azevedo, Pinto da Rocha, Coelho Netto, etc.
Na direção da Companhia Nacional o Sr. Eduardo Victorino é, certo, the right man...



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Jornal Commercio 30/10/1912

Teatros e Música
O TEATRO NACIONAL

As ideias e os princípios pouco significam, se desacompanhados do valor dos homens que os representam e por eles se batem. Pouco importaria a ação do Governo Municipal em favor do ressurgimento do teatro nacional, se o cometimento fora confiado a homens destituídos da conveniente aptidão, privados da competência especial que o encargo exige, incapazes de energia moral para a resistência diuturna e intolerante às agressões da burocracia pretensiosa e demolidora, despojados da autoridade necessária à manutenção da disciplina, da ordem e da imprescindível harmonia que deve congregar num conjunto homogêneo os variados elementos de uma companhia numerosa de realizações cênicas.
Felizmente, porém, os destinos do teatro nacional, neste momento histórico, foram entregues a um homem investido de qualidades particulares que o recomendam e o habilitam ao desempenho da honrosa missão.
O Sr. Eduardo Victorino, que se acha a frente da companhia nacional que enceta amanhã, no Teatro Municipal, a série de representações que vão afirmar a existência do nosso teatro nacional, não é um desconhecido, nem um parvenu. É precisamente porque temos confiança na ação eficaz do homem que a Prefeitura colocou à frente de uma tentativa, que tem direito à animação de quantos amam esta terra, e também de acordo com as praxes desta folha, sempre que se dá um acontecimento que marca o início de uma obra útil, proveitosa e patriótica, vamos fazer o registro resumido de todos aqueles que para o ressurgimento do teatro nacional empenham o seu esforço.
Eduardo Victorino, que assinou o contrato com a Prefeitura do Distrito Federal, para a organização da companhia nacional que enceta amanhã os seus trabalhos no Teatro Municipal, nasceu em Lisboa. É um intelectual, cuja vida não tem obedecido rigorosamente à ordem e ao método; aos 15 anos terminara com brilho o curso dos liceus e matriculou-se na Politécnica, transferindo-se depois para o Instituto Industrial, onde fez o curso comercial. Atrairam-no poderosamente as letras e ele começou a escrever nos jornais.
Uma lufada mais áspera da vida, ou, talvez, o anseio de aventuras, se não o desejo do desconhecido, do ignorado, atiram com o rapaz ao Rio de Janeiro, aonde ele veio assistir ao advento da República. Trabalhou em alguns escritórios comerciais mas a tendência intelectual fe-lo de preferência jornalista e também dramaturgo. Assim como espalhou trabalhos pelas colunas da Gazeta da Tarde, Rio de Janeiro, Folha da Tarde, A Imprensa, etc., assim também traduziu dezenas de peças para o teatro e escreveu outras originais, como Os Amantes, O Guerrilheiro, Vasco da Gama, Ciúmes, etc.
A paixão pelo teatro ele a manifestara desde 1894, quando organizou uma companhia, com a qual percorreu os Estados de S. Paulo e de Minas. Aqui, no teatro “Variedades”, hoje “S. José”, e no “São Pedro”, dirigiu várias companhias de opereta e de drama. Em 1898 associou-se com o sogro, o ator Dias Braga, na empresa que ocupava o teatro Recreio Dramático, e levou a companhia a diferentes Estados do sul e do norte, sempre acompanhado pelo mais lisonjeiro êxito.
Mais tarde, com a mesma companhia, o Sr. Eduardo Victorino tomou a iniciativa de fazer teatro de arte, e deu-nos então aquela inolvidável série de excelentes espetáculos. Começou com o Quo Vadis? que ele extraiu do celebre romance de Sienkiewicz, e continuou com O mais feliz dos três de Labiche; A Honra, de Sudermann; A Bohemia, de Barriére e L. Thiboust, e O Mártir do Calvário, revelando-se principalmente um habilíssimo metteur en scène.
De quantas companhias trouxe de Portugal, sendo o ensaiador de algumas, di-lo o noticiário indígena desde 1904 até 1911.
Com diferentes companhias por ele contratadas e dirigidas, visitou o Rio Grande do Sul, S. Paulo e todo o norte da Republica, dando o moderno repertório de dramas e comédias.
Todos os artistas de Portugal, de nome feito, foram contratados. Em Lisboa foi empresário do Príncipe Real, com artistas como Brazão, Ferreira da Silva, Lucinda Simões, Maria Falcão, Christiano de Souza e outros.
Foi ele ainda, em Lisboa, quem lançou as conferências literárias e artísticas. Nas suas companhias montou vários originais inéditos, e fez sempre representar peças brasileiras de Arthur Azevedo, Pinto da Rocha, Coelho Netto, etc.
Na direção da Companhia Nacional o Sr. Eduardo Victorino é, certo, the right man...



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domingo, 18 de novembro de 2012










GOSTARIA DE ESCLARECER QUE PROCUREI MANTER, TANTO QUANTO POSSÍVEL, O PORTUGUÊS DA ÉPOCA, NÃO ALTERANDO O SENTIDO DA FRASE DO ORIGINAL. (ERC)



AS NOSSAS ESCRITORAS (29/10/1912)
Foi com o nome ilustre de D. Julia Lopes de Almeida que o nosso Municipal iniciou a tentativa louvável da renegeração da cena nacional. Era uma garantia de sucesso, esse nome literário de tão alto destaque, de tão justa consagração no nosso meio intelectual.
Quem não Perdoa, é o título da nova peça de D. Julia, peça de intensidade dramática, e de fino estudo psicológico que serviu para confirmar o mérito incontestável da sua autora.
Peça em 3 atos original da Exma Sra D. Julia Lopes de Almeida 6 de Outubro de 1912

Quem não Perdoa
Elvira                                                                    Maria Falcão
Ilda                                                                       Lucia Péres
Angela                                                                   Luiza d’Oliveira
Ifigenia                                                                 Gabriela Montani
Sophia                                                                  Corina Flóes
Mimi                                                                     Fulvia Castello Branco
Zézé                                                                     Desdemona Barros
Judith                                                                  Judith Saldanha
Palmira                                                                 Bazilia Lazaro
Gustavo Ribas                                                       Antonio Ramos
Jacintho Vieira                                                     Ferreira de Souza
Manoel Ramires                                                     Alvaro Costa
Cardoso                                                               Carlos Abreu
Fausto                                                                 João Barbosa
Oscar                                                                  Antonio Sampaio
Beirão                                                                 Octavio Rangel
Duduca                                                                Castello Branco
Capitão Elias                                                        Affonso Mello
Generoso Pires                                                     Rangel
Antenor                                                               Mello
Ação Rio de Janeiro


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GOSTARIA DE ESCLARECER QUE PROCUREI MANTER, TANTO QUANTO POSSÍVEL, O PORTUGUÊS DA ÉPOCA, NÃO ALTERANDO O SENTIDO DA FRASE DO ORIGINAL. (ERC)



AS NOSSAS ESCRITORAS (29/10/1912)
Foi com o nome ilustre de D. Julia Lopes de Almeida que o nosso Municipal iniciou a tentativa louvável da renegeração da cena nacional. Era uma garantia de sucesso, esse nome literário de tão alto destaque, de tão justa consagração no nosso meio intelectual.
Quem não Perdoa, é o título da nova peça de D. Julia, peça de intensidade dramática, e de fino estudo psicológico que serviu para confirmar o mérito incontestável da sua autora.
Peça em 3 atos original da Exma Sra D. Julia Lopes de Almeida 6 de Outubro de 1912

Quem não Perdoa
Elvira                                                                    Maria Falcão
Ilda                                                                       Lucia Péres
Angela                                                                   Luiza d’Oliveira
Ifigenia                                                                 Gabriela Montani
Sophia                                                                  Corina Flóes
Mimi                                                                     Fulvia Castello Branco
Zézé                                                                     Desdemona Barros
Judith                                                                  Judith Saldanha
Palmira                                                                 Bazilia Lazaro
Gustavo Ribas                                                       Antonio Ramos
Jacintho Vieira                                                     Ferreira de Souza
Manoel Ramires                                                     Alvaro Costa
Cardoso                                                               Carlos Abreu
Fausto                                                                 João Barbosa
Oscar                                                                  Antonio Sampaio
Beirão                                                                 Octavio Rangel
Duduca                                                                Castello Branco
Capitão Elias                                                        Affonso Mello
Generoso Pires                                                     Rangel
Antenor                                                               Mello
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